Invadir computador pode dar cadeia

Matéria publicada ontem (17/05/2012) no Jornal A Tribuna sobre a recente aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei 2.793/11, com a participação do autor do Blog (entrevistado).

Acesse: http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=149541&idDepartamento=5&idCategoria=0

Tela dos anúncios pagos no Google

Google mostra suas garras

O Google realmente não tem mais medo de esconder sua faceta mercantilista

Recebi duas correspondências, uma por intermédio da Locaweb e outra pela Abraweb, oferecendo créditos (R$ 150,00) para anunciar no Google AdWords. Os créditos somente podem ser utilizados em novas contas (campanhas). A empresa oferece até mesmo suporte telefônico (0800) para ajudar a criar os anúncios.

Tela dos anúncios pagos no Google

Tela dos anúncios pagos no Google

Para quem não conhece, o Google AdWords é um serviço de publicidade paga, no qual o anunciante monta uma campanha em que determina as palavras-chave para que seu anúncio seja exibido no resultado da busca ou em sites segmentados. Cada palavra-chave custa um preço, cujo valor dependerá de sua popularidade. O anunciante paga por cada clique efetuado em sua publicidade, podendo estabelecer um valor máximo diário, ou seja, caso estabeleça R$ 30,00/dia para sua campanha, o anúncio será suspenso quando atingir a somatória de cliques correspondente a esse valor, voltando a ser exibido no dia seguinte.

Tela dos anúncios pagos no Google

Tela dos anúncios pagos no Google

Segundo matéria veiculada na mídia, o Google está de mudança  para um mega prédio comercial em SP, superluxuoso,  o Pátio Bandeiras. Ocupará três andares deste prédio, passando a ser o maior escritório da empresa na América Latina.

Quem é o maior concorrente do Google? Facebook? Microsoft? Dica: informação é a moeda mais valiosa do século XXI. A batalha é de gigantes …

A era pré-internet no Brasil

Tela do videotexto

Antes da internet surgir comercialmente em meados da década de 1990 no Brasil, já dispunhamos de tecnologias que possibilitavam o acesso a serviços públicos de comunicação de dados e banco de informações.

Conheça os principais a partir de um anúncio do computador SPECTRUM ed:

Cirandão – oferecia serviços de mensagens eletrônicas da Embratel nas principais cidades brasileiras.

Videotexto – serviço da antiga Telesp, onde podiam ser consultados dezenas de bancos de dados com informações sobre indíces econômicos, turismo, notícias de jornais, lazer, contas bancárias etc.

Aruanda – acesso ao banco de dados do Serpro para consulta de informações estatísticas diversas.

Conectava-se pela linha telefônica analógica numa velocidade que não ultrapassava 1.2 kbps, era muito, mas muito mais lento do que uma conexão popular de banda larga. Lembro que era possível ver a programação dos cinemas, indíces econômicos, horóscopo, notícias, acessar serviços bancários simples, como visualizar o saldo da conta, e até mesmo bater um “videopapo”. No caso do Videotexto, não aparecia barra de rolagem na tela, os gráficos eram em baixa resolução e com poucas cores (quando ligado a um monitor colorido ou tv).

No Brasil, esses serviços foram acessados por microcomputadores como UNITRON, TK 3000, EXATO pro CCE, dentre outros apples II compatíveis, MSX Expert da Gradiente, CP 500, COBRA e tantos outros que antecederam a chegada no Brasil dos PCs IBM e compatíveis.

A cidade de Santos tinha o seu próprio canal no sistema de VIDEOTEXTO, saiba mais.

Com a entrada dos PCs IBM e compatíveis e conforme a tecnologia evoluia, surgiram modems mais rápidos, lembro das placas US ROBOTICS de 14.400 bps, 28.800 bps e arrasadores 56 Kbps, na época praticamente um avião supersônico rs, mas ai já havíamos entrado na era da telefonia digital e internet …

Saudações, Rodrigo Marcos Antonio Rodrigues

1984, de George Orwell

1984, de George Orwell

O livro 1984 é intrigante e nos leva a refletir sobre a vigilância e a falta de privacidade que sofremos na atualidade.

Abrimos mão de nossa privacidade ao criarmos um perfil no Facebook ou em outra rede social, por exemplo, e assim fazemos para não ficarmos excluídos da sociedade digital.

Mas nem sempre temos o livre arbítrio de assim proceder: ao andar na rua somos observados por câmeras de segurança; para entrarmos num edifício somos obrigados a nos deixar fotografar; quando entramos numa agência bancária somos vigiados da entrada à saída.

Estou falando da ponta do icebergue e isso é assustador. Não há mais como deixar de ser percebido, muito menos manter o anonimato, a não ser que você deixe de existir ou viva como um silvícola. Mas até mesmo o silvícola poderá ser observado por satélite, se desta forma o Big Brother desejar, doce ilusão …

Algumas pessoas não têm ideia que cada endereço acessado na rede mundial de computadores fica registrado no provedor de internet por tempo indeterminado, isso inclui, dependendo da programação que for utilizada pelo sítio da internet, o que foi digitado nos campos de formulário … apaga-se o histórico de navegação no browser (navegador), mas não se apaga os logs de acesso no provedor de internet …. o mesmo se diga dos provedores de serviço, como o Google.

Google, este não deixa ninguém no anonimato. O Google indexa tudo. Se o sujeito presta 20 concursos públicos, todo mundo fica sabendo, pois a lista de inscritos e aprovados é pública e o GOOGLE INDEXA.

Temos uma ferramenta tecnológica maravilhosa chamada certificado digital. Bem direcionada é de grande utilidade nas transações comerciais feitas pela internet e também no judiciário. Por outro lado, corremos o risco de futuramente sermos obrigados a utilizá-la cada vez que acessarmos um sítio na internet ou propriamente para nos conectar à internet, o que equivale a dizer, numa analogia com o mundo físico, da obrigatoriedade de avisar ao Big Brother que estamos saindo de casa ou da obrigatoriedade em apresentar nossa identidade em todos os lugares por onde passarmos.

O GPS, outra maravilha dos nossos tempos, agora integrado aos celulares, fornece nossa posição global por satélite e já tem gente não se importando em manter esse recurso ativo, quando não, sem ao menos saber que está.

Neste exato momento em que escrevo este post tenho consciencia que estou abrindo mão da minha privacidade e não é porque estou sendo vigiado pelo vizinho por meio da fresta na janela, eu tenho consciência do porquê e aceito.

Nota Fiscal Paulista, uma grande sacada para aumentar a arrecadação de tributos e uma contrapartida ao consumidor que pode ter parte deles de volta, eu utilizo, mas me assusta saber que simplesmente contribuo para o registro de todas as compras que fiz e estabelecimentos comerciais que estive no meio físico ou eletrônico durante período indeterminado, talvez para sempre.

Receita Federal, não é nem preciso falar do poder da Receita e sua onipresença em todas as transações comerciais que fazemos.

Devemos temer o Grande Irmão (GI)? Você sabe quem e o GI?

O Big Brother está de olho em você e não é o programa de televisão da Rede Globo.

Saudações, Rodrigo Marcos A. Rodrigues

A polêmica do SOPA

 

O projeto de lei norte-americano Stop Online Piracy Act (SOPA) tem causado muita polêmica, inclusive mobilizando os principais sites de conteúdo, compartilhamento de arquivos e redes sociais da internet a se unirem e protestarem em face do malefício que o projeto poderá causar.

Acesse a página da Wikipedia para saber mais sobre o SOPA.

A Wikipedia, no último dia 18 de janeiro, retirou sua enciclopédia livre do ar em protesto a esse projeto de lei que visa proteger a propriedade intelectual e os direitos autorais de obras na rede mundial de computadores, mas que trata do assunto de forma equivocada e pode restringir a liberdade de expressão e o crescimento da internet.

Google, Facebook, dentre outros, são opositores do SOPA. OS principais apoiadores do projeto são as indústrias cinematográficas e fonográficas, como a Walt Disney e a Universal.

É indiscutível que se o SOPA for aprovado, a internet que conhecemos hoje será radicalmente modificada em prol das empresas de entretenimento que não sabem como combater a pirataria, não aprenderam nada com as lições da Apple e de Steve Jobs, que de forma magistral apresentaram uma solução para esse problema com o seu software iTunes, além das parcerias que conseguiram firmar.

É claro que existe interesses econômicos fortíssimos de ambos os lados, apoiadores e opositores, mas na dúvida devemos proteger a internet de qualquer medida que possa censurá-la.

Há mecanismos legais para combate à pirataria e a tecnologia também pode ser utilizada de forma inteligente para combatê-la, sem precisar restringir direitos, afastar o devido processo legal e o contraditório.

Enquanto escrevia este post, tomei conhecimento de que o site Megaupload foi retirado do ar pelo governo americano e o seu proprietário preso.

Até o próximo post,

Rodrigo Marcos Antonio Rodrigues 

Princípios para a governança e uso da internet

Resolução CGI.br/RES/2009/003/P – PRINCÍPIOS PARA A GOVERNANÇA E USO DA INTERNET NO BRASIL 

O Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br, reunido em sua 3ª reunião ordinária de 2009 na sede do NIC.br na Cidade de São Paulo/SP, decide aprovar a seguinte Resolução:

CGI.br/RES/2009/003/P  – PRINCÍPIOS PARA A GOVERNANÇA E USO DA INTERNET NO BRASIL

Considerando a necessidade de embasar e orientar suas ações e decisões, segundo princípios fundamentais, o CGI.br resolve aprovar os seguintes Princípios para a Internet no Brasil:

1. Liberdade, privacidade e direitos humanos
O uso da Internet deve guiar-se pelos princípios de liberdade de expressão, de privacidade do indivíduo e de respeito aos direitos humanos, reconhecendo-os como fundamentais para a preservação de uma sociedade justa e democrática.

2. Governança democrática e colaborativa
A governança da Internet deve ser exercida de forma transparente, multilateral e democrática, com a participação dos vários setores da sociedade, preservando e estimulando o seu caráter de criação coletiva.

3. Universalidade
O acesso à Internet deve ser universal para que ela seja um meio para o desenvolvimento social e humano, contribuindo para a construção de uma sociedade inclusiva e não discriminatória em benefício de todos.

4.  Diversidade
A diversidade cultural deve ser respeitada e preservada e sua expressão deve ser estimulada, sem a imposição de crenças, costumes ou valores.

5.  Inovação
A governança da Internet deve promover a contínua evolução e ampla difusão de novas tecnologias e modelos de uso e acesso.

6.  Neutralidade da rede
Filtragem ou privilégios de tráfego devem respeitar apenas critérios técnicos e éticos, não sendo admissíveis motivos políticos, comerciais, religiosos, culturais, ou qualquer outra forma de discriminação ou favorecimento.

7. Inimputabilidade da rede
O combate a ilícitos na rede deve atingir os responsáveis finais e não os meios de acesso e transporte, sempre preservando os princípios maiores de defesa da liberdade, da privacidade e do respeito aos direitos humanos.

8. Funcionalidade, segurança e estabilidade
A estabilidade, a segurança e a funcionalidade globais da rede devem ser preservadas de forma ativa através de medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e estímulo ao uso das boas práticas.

9. Padronização e interoperabilidade
A Internet deve basear-se em padrões abertos que permitam a interoperabilidade e a participação de todos em seu desenvolvimento.

10. Ambiente legal e regulatório
O ambiente legal e regulatório deve preservar a dinâmica da Internet como espaço de colaboração.

Minhas considerações acerca dos ataques de hackers aos sites do governo

Homem sem sombra

Não há como não deixar de comentar os recentes ataques de hackers aos sites do Governo. Ainda ontem vi uma matéria no CQC.

Verdade é que para invadir basta explorar as vulnerabilidades de segurança do servidor.  Isso não é difícil, basta vontade e um pouco de conhecimento.

Existem inúmeras formas de hackear um site. É possível até mesmo através da própria URL quando a página envia informações pelo método GET, em que as variáveis ficam expostas ou através de um ataque denominado SQL injection. A tentação se encontra num banco de dados recheado de informações. Repare que alguns sites não permitem enviar apóstrofe ou aspas pelo formulário. Isso é uma precaução. Eu mesmo quando programava em Active Server Pages (ASP), fazia uma rotina para impedir o envio de certos caracteres.

Do lado do servidor, um grande problema são as portas de comunicação. Cada serviço utiliza uma. Lembro que era praxe alterar as portas padrões … entupir o tráfego é outra forma de ataque. Basta enviar milhares de e-mails ao mesmo tempo ou inúmeras requisições de serviço.

Ainda penso que criar um tipo penal para esse tipo de conduta específica não é a solução, mas quem sabe legislar sobre informação que é o bem mais precioso do século XXI.

Os hackers têm razão quando dizem que o governo precisa investir mais em tecnologia. Essa queda de braço somente será vencida pelo governo se a inteligência for colocada em prática, pois de nada adianta a força bruta no meio eletrônico.

Ao invadir, os hackers assumiram o risco. Se identificados poderão, sim, ser punidos. O problema está em identificá-los. Este é o jogo, pois de nada adianta a punição sem a identificação da autoria.

Se eles invadem e destroem, respondem pelo crime de dano. São os crackers. Neste caso, com uma qualificadora que poderá resultar em três anos de prisão para o agente. A própria invasão empreendida pelos hackers é um crime contra a Administração Pública, que prevê pena de reclusão de até cinco anos para o agente, com possibilidade de ser aumentada no caso de tornar inoperável o serviço governamental.

Saudações,

Rodrigo Marcos Antonio Rodrigues

Sobre o esgotamento dos endereços IPs na internet

Quando a internet foi concebida, sua utilização era restrita ao mundo acadêmico. A expansão iniciou na década de 90, período em que a internet passou a ser comercializada.

O número IP (Internet Protocol) identifica um computador na rede, não é possível coexistir dois números IPs iguais na rede mundial de computadores. Ocorre que na rede da sua casa, do escritório e da empresa o número IP que é atribuído ao seu computador pertence a um bloco de endereços que pode se repetir na rede do vizinho. O protocolo nada mais é do que uma linguagem que os computadores se comunicam, da mesma forma que nos comunicamos com o nosso idioma português. Para saber qual é o endereço do seu computador na rede, basta abrir o Prompt do DOS e digitar IPCONFIG.

A versão 4 do IP (IPv4) é limitada a 4.294.967.296 (quatro bilhões, duzentos e noventa e quatro milhões, novecentos e sessenta e sete mil, duzentos e noventa e seis) endereços, pode parecer muito, mas não é, basta lembrarmos que já ultrapassamos seis bilhões de habitantes no planeta. Cada pessoa no globo que se conecta a um computador por meio da internet utiliza um endereço IP, mas não é só isso, com o advento de novas tecnologias como o 3G, a demanda aumenta dia após dia. Também existem os blocos de endereços reservados, como os das redes privadas que citei acima. Por exemplo, quando você acessa um site como o www.evolucaotecnologica.com.br , você o faz através de um número IP público. O nome de domínio que você digita é uma máscara para o endereço que é resolvido por um servidor chamado DNS, cuja configuração está atrelada ao Registro de Domínios para a Internet no Brasil (Registro.br).

Pois bem, o IPv4 é limitado, portanto, era preciso uma nova versão que suprisse tal limitação. Resumidamente, essa nova versão é a IPv6, praticamente ilimitada se comparada à IPv4. A nova geração permitirá que até mesmo eletrodomésticos tenham um número IP público, resultando em lares que poderão ser controlados remotamente.

Espero que tenham gostado da explicação.

Saudações, Rodrigo Marcos Antonio Rodrigues

Revista Veja dispobiliza seu acervo no formato digital desde o ano de 1968

Bacana a iniciativa da Veja em disponibilizar o  acervo da revista no formato digital. Fiquei sabendo através de coméntário acerca de um vídeo que assisti no Youtube. O assunto era laudêmio. Segundo o comentário, havia sido publicada uma matéria sobre laudêmio na revista. Lá fui eu pesquisar. É possível fazer uma busca no acervo através de palavras. Busquei alguma referência por ”laudêmio” e a procura retornou algumas edições da revista. A edição 1757 me chamou a atenção: “… Copacabana: dupla tributação sobre os imóveis …”.

Chamou a atenção pelo fato de laudêmio não ser tributo, mas vamos lá … ao ler a matéria não me surpreendi com a quantidade de equívocos sobre o assunto. Digo isso porque tudo que sai na mídia relacionado a terrenos de marinha,  laudêmio etc, acaba por confundir ainda mais a cabeça do leitor.

Como se trata de um assunto que domino, pois é uma das minhas principais áreas de atuação no Direito, resolvi esclarecer alguns pontos dessa equivocada matéria, mesmo que tardiamente.

Chamada da matéria: “O Brasil cobra taxa criada no Império Romano e extinta em quase todo o mundo”.

 Uau! Se o leitor der uma lida nas Institutas do Imperador Justiniano, verificará que o nosso Direito tem como fonte o Direito Romano, sendo assim todos os conceitos jurídicos, principalmente os relacionados aos DIREITOS DAS COISAS permanecem presentes em nosso Direito Pátrio, obviamente através de nossas próprias codificações e legislações esparsas.

Outro equívoco é chamar o laudêmio de “taxa”. Laudêmio não é taxa e nem imposto.  E por ai vai … no corpo da matéria, ainda encontrei uma pérola em que se afirma o seguinte: “[...] hoje consideram tributáveis os imóveis situados numa faixa de 33 metros a contar da maré alta, preamar” !!!!

Deus do céu! A faixa dos 33 metros é contada a partir da linha do preamar-médio ou da preamar média, se desta forma preferir, ou seja, não é do ponto máximo que a maré pode atingir, mas, sim, do ponto médio das altas da maré durante certo período de análise.  Esta pequena omissão gera uma grande diferença!

É claro que a história do laudêmio é só para apimentar, meus parabéns a Editora Abril.

Saudações, Rodrigo Marcos Antonio Rodrigues

Ps: Escrevi um livro sobre terrenos de marinha e seus acrescidos cujo lançamento está para ser programado. Darei notícias.

marcos_nagamuta

Entrevista exclusiva com Marcos Nagamuta

Marcos Nagamuta

Marcos Nagamuta é especialista em TI, professor, desenvolvedor WEB, sócio da extinta provedora de internet LBM, atualmente gerencia os sites na internet: Cybercook, Cyberdiet e Vilamulher, pertencentes ao grupo E-Midia.

É um prazer para mim (autor do Blog) entrevistar o Marcos, já que o conheço há mais de 10 (dez) anos. Salvo engano, nosso primeiro contato foi numa escola de computação em que ele ministrava aulas de Windows NT Server e TCP/IP, ASP com Banco de Dados e outras tecnologias. Chegamos a trabalhar juntos em alguns projetos WEB.

 

O entrevistado vivenciou o início da internet no Brasil e neste ano passou a integrar a Comissão de Informática Jurídica e Direito Eletrônico da Ordem dos Advogados de Santos, na qualidade de membro consultor.

 

Evoltecno: Marcos, em que época e como foi o seu primeiro contato com os computadores? E com a internet? 

Marcos: Isto é fácil porque meu primeiro computador lembra o ano, foi o TK85 tinha 16 anos e o primeiro contato com a internet se não me engano foi em 93, foi o fim da BBS que era um sistema que permitia fazer download de alguns programas e trocar mensagens com quem fazia parte daquele BBS, meu primeiro acesso foi com a grande BBS Mandic (uma das maiores na época, tornando-se um dos maiores provedores), que para se conectar a Internet você precisava se conectar a BBS primeiro.

 

Evoltecno: Conte-nos um pouco sobre a experiência de ter sido sócio de um provedor de acesso à internet. 

Marcos: Naquela época era um desafio muito grande, primeiro com a instalação de software e hardware que eram necessários para um provedor com linha discada funcionar e segundo era vender o serviço de acesso a internet já que poucos sabiam o que era e para que ela servia. Posso dizer que fiz parte do grupo que ensinou e apresentou a internet para o Brasil.

 

Evoltecno: Como foi o processo de migração das conexões discadas para a tecnologia ADSL (banda larga)?

Marcos: Assim como hoje, naquela época as mudanças ocorriam muito rápidas e o aumento de velocidade possibilitou vários serviços que não passavam de uma boa experiência para serviços úteis como videoconferência, voip, ver um vídeo etc. Nesse período já não estava com o provedor, as grandes empresas dominaram o mercado.

 

Evoltecno: Tem alguma lembrança de ter sido intimado pela justiça para fornecer dados da navegação de um usuário ou para remoção de conteúdo de algum site hospedado?

Marcos: Pela justiça não, nem como provedor nem como portal de conteúdo que atuo hoje, no começo as empresas faziam a home page da empresa como um cartão de visitas  apenas com informações da própria empresa, sites com conteúdo estavam no começo e como portal de conteúdo sempre tomando o cuidado e respeitando as leis de direitos autorais vigentes.

 

Evoltecno: Como você enxerga hoje a privacidade na internet? É possível o usuário navegar anonimamente, sem deixar rastros? E quanto as redes sociais?

Marcos: – Privacidade é uma constante preocupação para quem usa a Internet ou deveria ser, quanto mais informação você disponibiliza mais exposto você fica. Utilizamos vários serviços, um descuido do site ou do usuário e informações importantes que você julga pessoal se torna comunitário.
- Diria que em parte é possível sim, graças ao provedor de acesso mal preparado (sem log de acesso e sem necessidade de identificação), roteadores wireless mal configurados (permitindo acesso de desconhecidos em sua conexão), digo em parte porque se este usuário começar a utilizar serviços preparados e bem configurados seus passos começam a ser rastreados.
- As redes sociais são os serviços mais acessados atualmente e nela ocorrem desde vazamentos de informações até crimes dos mais diversos, por isso a preocupação com a privacidade e rastreamento de informações é constante.

 

Evoltecno: Qual é a sua opinião sobre as iniciativas atuais de regulação da internet?

Marcos: O regulamento exagerado acaba afastando as pessoas ou tornado-as infratores, a “liberdade” em excesso cria a impunidade. A internet cresceu e cresce graças a “liberdade” que oferece, a própria comunidade na internet acaba criando seus regulamentos, a pessoa que não se encaixa na comunidade ou é banida ou aprende a respeitar seus limites. Para mim a regulamentação deve proteger as pessoas de bem e combater a impunidade sem perder a “liberdade”, isto é possível?

 

Evoltecno: Windows ou Linux?

Marcos: Depende da situação em que serão utilizados, isto envolve custo, confiança, usabilidade e desempenho, não levanto bandeira para nenhum deles, os dois foram e são úteis no meu dia a dia.

 

Evoltecno: Atualmente, qual é o ambiente de programação que você utiliza nos projetos em que trabalha? Ainda há espaço para sites totalmente desenvolvidos em Flash?

Marcos: – Basicamente Asp e Php como linguagem de programação e MSSQL e MySQL de banco de dados.
- Para o site todo não, porque com a busca do google hoje temos a preocupação de “indexar” cada vez mais páginas do nosso site e o Flash dificulta essa “indexação”, para desenvolvimento de aplicativos pontuais e confecção de banners ainda é uma ferramenta poderosa, o HTML5 vem ganhando força e começa a ameaçar o segmento do Flash.

 

Evoltecno: Na sua opinião, a computação em nuvem (cloud computing) é um conceito que veio para ficar?

Marcos: Com a internet o cloud computing é um caminho natural, a mobilidade e a padronização são conceitos fortes no cloud computing, quem quer acessar suas informações de qualquer lugar e de qualquer aparelho, basta ter acesso a internet e um browser (navegador) sem se preocupar com sistema operacional, instalar ou configurar programas… Maravilha!!!

 

Evoltecno: A internet está ameaçada pelo esgotamento dos IPs? O IPv6 é realmente viável na conjuntura atual?

Marcos: Sim, o sistema atual IPv4 já está chegando no seu limite, e para o funcionamento de uma rede você precisa de uma identificação única para cada computador, o IPv6 tem uma combinação quase infinita de endereços únicos.

 

Evoltecno: Da época do seu primeiro contato com os computadores até os dias atuais, o que foi mais marcante para você na evolução tecnológica?

Marcos: A Internet sem dúvida, não só como evolução tecnológica, mas como uma mudança no comportamento humano.

 

Marcos, o Blog >Evolução Tecnológic@_ agradece sua entrevista e deseja sucesso!