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Na realidade, a plataforma utilizada pelo Blog acabou ficando obsoleta diante das redes sociais, que oferecem, como seu próprio nome identifica, um ampla rede de contatos, além de facilidade na publicação de informações e interação com os inscritos.

Ainda que o Blog conte com um Canal do Youtube, a publicação de vídeos depende de uma boa edição, fato esse que se contrapõe ao dinamismo que seu autor pretende implementar.

É por esses motivos que, a partir de hoje, o Blog >Evolução Tecnológic@_ passa a ter funcionamento pelo seu recém criado perfil no Instagram: Vintage Technology, que pode ser acessado pela URL: www.instagram.com/vintage.techno

As publicações por lá serão diárias e já foram iniciadas. Inscreva-se imediatamente para ser notificado das atualizações.

 

 

Eduardo Luccas

>Evolução Tecnológic@_ entrevista Eduardo Luccas, criador da lista de discussão AppleII_br

Eduardo Luccas

O Blog >Evolução Tecnológic@_ entrevistou Eduardo Luccas, criador da  AppleII_br: lista brasileira dos usuários/entusiastas dos micros da linha Apple II.

 

Evoltecno: Luccas, como nasceu o seu interesse pela linha de microcomputadores Apple II?

 

Luccas: Bem, o meu primeiro contato com os computadores Apple II foi quando estava ainda no ginásio, lá pelos idos de 1983 ou 1984, não me lembro da data exata, mas, foi na casa de um amigo que tinha um Milmar Laser IIc (por isso que eu gosto bastante desse modelo em particular!). Ele ligava o micro numa TV de 5” daquelas “do Paraguai”, Broksonic! E ainda por cima usava fita cassete; a unidade de disco era MUITO, mas MUITO cara naquela época. Mesmo assim, com todas essas limitações, era divertido, a gente vivia digitando programas da INPUT: aquela coleção de informática publicada pela Editora Nova Cultural. Recordo-me de um dia o meu amigo carregar do cassete aquele programa do jogo de 21! Depois esse amigo ganhou um Dynavision (o compatível com o Atari), e ligava na mesma TVzinha, ai, quando ia visitá-lo, nós alternávamos o uso do Apple II e do Atari!

Posteriormente, tive bastante contato, e foi ai que eu mexi mesmo no Apple, no curso técnico de Eletrônica, na saudosa E.T.E. Lauro Gomes, de 1987 a 1989, nós tínhamos aula de informática e o laboratório de informática lá tinha um monte de Unitron APII! Dessa vez completos, com a Disk II e tudo o mais. Fora isso, vários amigos tinham Apple II, os que eu mais mexia eram o Exato Pro e o TK3000, que um dos amigos tinha. Era uma época bacana, deixou saudades.

Interessante que eu nunca fiquei muito tempo sem usar o Apple II. No início da década de 90, eu já tinha um Exato Pro, depois um TK3000, e sempre pegava programas com um cara de São Bernardo do Campo, chamado Ricardo (não me lembro o sobrenome, quem sabe se ele ler esta entrevista ele se lembre e entre em contato!), o cara tinha um acervo fantástico de programas de Apple II. Eu cheguei a fazer um programa de controle de locação de cartuchos de videogame, para a locadora de games que o meu irmão teve, de 1994 a 1999! Ai depois disso ficou uns anos parados, e então veio a Internet e todo o interesse saudosista e “hobbystico” do fiel micrinho!

 

Evoltecno: Quais os principais modelos existentes da linha e seus respectivos anos de fabricação?

 

Luccas: Resumidamente, em termos dos equipamentos originais da Apple Computer, tem o Apple II “original” (“não-plus”), que é o clássico de 1977 e que inaugurou a linha; após, saiu o mais conhecido de nós brasileiros, o Apple II+, em 1979; em seguida ao Apple II+, saiu o, também, muito conhecido Apple IIe, em 1983; logo depois, em 1984, o Apple IIc e, por fim, em 1986, o último e o “top” da linha, o Apple IIGS, já um micro de 16 bits, mas com total retrocompatibilidade com o IIe/II+.

Apple II

Aqui no Brasil, os primeiros micros compatíveis com o Apple II+ começaram a aparecer por volta de 1982. Vários fabricantes lançaram modelos, muitas marcas ficaram pouco conhecidas, empresas pequenas e até gigantes do ramo eletrônico da época chegaram a lançar modelos, mas, dentre os mais famosos, posso citar os Unitron (que considero um dos melhores, tanto na qualidade da Eletrônica quanto nos aspecto de suporte e periféricos), os Exatos da CCE, os da Milmar (que resolveu chamar os micros dela simplesmente “Apple II”… :-P), dentre outros.

Até a Microdigital, famosa pelos TKs compatíveis com os micros da Sinclair, entrou com o famoso TK3000, micro muito bom, aliás.

 

Evoltecno: Conte-nos um pouco sobre o surgimento da lista de discussão brasileira AppleII_br, criada para os usuários e entusiastas desse lendário micro.

 

Luccas: A lista AppleII_br foi criada em 2001, por mim e pelo amigo Leandro “acidx” Pereira. Até aquele momento, não havia uma lista global falando sobre o Apple II e então resolvemos criar uma. No início o movimento era baixo, e, confesso que eu cheguei a achar que tinha poucos fãs de Apple II por aqui. Mas, felizmente, estava errado. A partir de 2003 ou 2004, creio, os fãs começaram a “aparecer” e a lista foi ficando bem bacana, com pessoal que gosta mesmo do Apple II, e tem muito conhecimento.

 

Evoltecno: Qual é a maior dificuldade encontrada pelo usuário que deseja manter um Apple II em funcionamento nos dias atuais?

 

Luccas: Basicamente, a principal dificuldade é conseguir peças que não são mais fabricadas. Em que pese o Apple II+ utilizar apenas CIs “de prateleira”, não há muita dificuldade, porém, o Apple IIe, IIGS e o TK3000 têm chips “customizados” e que não são encontrados mais. Por outro lado, sempre há a possibilidade de se construir implementações desses chips em tecnologias modernas (como CPLD ou FPGA). Outros componentes, como memórias, são possíveis de adaptar com o que existe hoje. Outra preocupação são as peças mecânicas, como o teclado, gabinete etc., mas, para isso, sempre há uma solução, o pessoal sempre está discutindo isso na lista AppleII_BR e em outros sites de fãs.

 

Evoltecno: É possível adquirir um exemplar desse micro no Brasil?

 

Luccas: O Apple II+ foi muito popular por aqui, com muitas máquinas compatíveis de diversos fabricantes. Assim, não é difícil de encontrar, ainda que, determinadas máquinas, de marcas e/ou modelos nacionais específicos, sejam bem difíceis de achar devido a baixa tiragem ou a restrita distribuição na época. O Apple IIe, representado majoritariamente aqui pelo TK3000, vendeu muito também, e não é tão difícil de encontrar, ainda que alguns andem abusando um pouco dos preços. As máquinas originais da Apple, por não terem sido importadas em quantidade, na época, são raras por aqui, porém, nos dias de hoje é relativamente fácil encontrar à venda no exterior, em sites como o eBay.

 

Evoltecno: Como fazer para exibir as imagens de um Apple II num monitor LCD ou LED moderno?

 

Luccas: O Apple solta sinal de vídeo composto, assim, podem ser utilizados muitos monitores e TVs de LCD que tenham entrada de vídeo (aquele plug RCA amarelo). Caso não tenha, ai somente com uma saída RGB, o que é um pouco complicado, pois dependerá de placas RGB para o Apple II ou conversores externos do tipo “TV BOX”, embora alguns usuários não tenham gostado muito.

 

Evoltecno: Em sua opinião, qual é a melhor solução existente para substituir os disquetes de 5 1/4” no armazenamento de dados do Apple II?

 

Luccas: Bom, eu devo dizer, antes, que eu sou mais nostálgico e gosto de usar os disquetes “reais”! ;-)

Existem algumas soluções: a mais antiga é o SVD, acrônimo de “Semi Virtual Diskette” ou “Diquete semi-virtual”, é um pequeno circuito que permite ligar a saída da interface Disk II à saída paralela ou serial de um pc moderno, por meio do qual você “monta” as imagens. Eu não gosto desta solução devido ao fato de ser necessário ficar com o Apple “pendurado” num pc, acho isso pouco prático (e nada nostálgico… :-P). Uma outra solução, desta vez “independente”, é a conhecida SDisk. Ela foi feita por um fã do Apple II japonês e é um circuito com um microcontrolador que faz a interface com a Disk II e um cartão SD, em que você grava o arquivo .DSK e ele converte os sinais para a interface de disco. É uma boa, mas, no circuito original só carrega um arquivo, o que estiver primeiro no cartão. O amigo Victor Trucco produziu várias placas dessa por aqui, e, o Fábio Belavenuto propôs uma alteração para colocar um display e selecionar a imagem de disco. Ficou bem melhor.

Mas, na minha modesta opinião, a solução definitiva é a CFFA 3000. Ela é bem conhecida, é uma interface para cartões Compact-Flash ou HDs IDE para o Apple II, que na versão 3000 suporta pen-drives USB e consegue “montar” imagens DSK no slot 6, simulando perfeitamente uma Disk II, inclusive funciona com imagens “nibble” (para jogos protegidos), dá pra carregar várias imagens e ir trocando “on the fly”, enfim, é a melhor solução que existe para isso no Apple II.

 

Evoltecno: Para conhecimento dos entusiastas que desejam permanecer utilizando disquetes, você poderia descrever como alinhar o drive e fazer a limpeza do cabeçote (Disk II)?

 

Luccas: Olha, explicar o alinhamento em poucas palavras é complicado, mas, existem tutoriais e até vídeos na Internet. Note que os drives que precisam de alinhamento são aqueles antigos, os “grandões”. Os drives “slim” dificilmente desalinham, e isso não é necessário. Já o cabeçote é bem mais fácil, podem ser usados aqueles discos de limpeza com álcool isopropílico ou, se não tiver, fabricar um, cortando um papel (pode ser papel comum ou papel de filtro de café, que muitos gostam de usar pelos bons resultados) no mesmo diâmetro da mídia original e colocar no envelope do disco e rodá-lo. Em casos mais extremos de sujeira, será necessário abrir o drive e limpar o cabeçote com um cotonete embebecido no álcool isopropílico.

 

Evoltecno: Em seu site na internet: www.luccas.com.br, você diz que eletrônica é o seu hobby.    Conte-nos um pouco sobre o seu recente projeto da interface de joystick para Apple II. Existem outros em andamento?

 

Luccas: Sim, eu gosto muito de Eletrônica. A AppleJoy era uma ideia antiga, que vinha desenvolvendo e refinando há um tempo. Eu sempre detestei aqueles joysticks analógicos, são muito ruins para se jogar, e imaginava se não teria como ligar um joystick digital tipo o do Atari, que ficaria muito melhor. Estudando como funciona o sistema de joystick do Apple, cheguei a uma solução que acabei “refinando” com o tempo, na medida em que pude chegar até o circuito final, que é esse que todos já conhecem.

Tenho sim, ano que vem deverá sair a “TKJoy” (para TK90X e TK95) e a “ColorJoy” (para CP-400 e outros compatíveis do TRS-Color), esta última é bem semelhante à do Apple, pois, no CP-400 também tem joysticks analógicos, horríveis por sinal. Fora isso, tem algumas ideias em desenvolvimento, vamos ver no que dá… :-D

 

Evoltecno: Quais as soluções já existentes que você recomenda aos usuários e entusiastas desse microcomputador?

 

Luccas: Bem, esta pergunta é um pouco genérica, mas, presumo que esteja se referindo às soluções de utilização de um modo geral. Nestes termos, além da CFFA que descrevi, a qual permite, além de usar as imagens de disco, montar drives de até 32Mb para uso com o ProDOS, e da AppleJoy para joysticks, têm outras coisas interessantes, como o ADTPro, bem conhecida da galera, para transferir imagens de disco ou programas via serial, Ethernet, ou até a entrada de áudio. Por falar em Ethernet, existe uma placa Ethernet, para rede mesmo. Enfim tem vários projetos também sendo tocados pelos entusiastas e fãs do micro!

 

Evoltecno: Por fim, quais os melhores locais nacionais e internacionais na internet, além da lista de discussão AppleII_br, em que podem ser encontradas informações sobre o lendário Apple II?

 

Luccas: Bem, além da lista, um local com informações constantes é o newsgroup comp.sys.apple2, mas é inglês, porém, vale a pena dar uma olhada, pois tem sempre usuários trocando informações. Tem muitos sites de fãs, fóruns também, enfim, é difícil apontar um ou outro, com uma rápida busca no Google é possível encontrar bastante informação.

 

Eduardo Luccas, o Blog >Evolução Tecnológic@_ agradece sua entrevista e deseja sucesso!

 

Dr. Marcos da Costa

Entrevista exclusiva sobre Direito e Tecnologia, concedida pelo Dr. Marcos da Costa

Dr. Marcos da Costa

Dr. Marcos da Costa é presidente da Ordem dos Advogados de São Paulo, tendo exercido a presidência da Comissão de Informática do Conselho Federal da OAB e da Comissão de Informática Jurídica da Ordem dos Advogados de São Paulo. Autor de obras jurídicas nas áreas da Informática Jurídica e do Direito Eletrônico, participou ativamente da idealização de novas ferramentas tecnológicas para a advocacia paulista, como o serviço de leitura eletrônica de intimações judiciais, entre outras, além de defender o uso da assinatura eletrônica baseada em certificado digital nos projetos de lei que tramitavam no Congresso Nacional.

 

Dr. Marcos, é difícil para mim, autor do Blog, resumir sua atuação como homem público na advocacia, devido à multiplicidade de suas ações em defesa dos advogados e na criação de novos mecanismos de melhoria da profissão. Vou me ater a sua fundamental atuação nas áreas da Informática Jurídica e do Direito Eletrônico, para que os leitores do Blog possam conhecer um pouco de sua história e usufruir de seus conhecimentos. 

 

Evoltecno: Quando e como foi o seu primeiro contato com os computadores?

Dr. Marcos da Costa: Minha lembrança me traz uma situação curiosa. A do dia em que conheci a família de minha esposa, em 1985, pois meu cunhado trabalhava em casa, com desenvolvimento de sistemas. Certamente não foi meu primeiro contato, mas é a primeira lembrança que me vem à mente, até porque fiquei assustado com ambas as situações, enfrentar aquela família que acabou por me acolher tão bem como com aquela máquina que, já se sabia, viria a revolucionar o mundo.

 

Evoltecno: Qual foi o primeiro avanço tecnológico que tem lembrança, relacionado à informática, que beneficiou os advogados na profissão?

Dr. Marcos da Costa: Fora de dúvidas o processador de textos, em substituição à máquina de datilografar. Foi um grande avanço para nós, acabando com o papel carbono e permitindo petições melhor apresentadas, já que erros de datilografia em  textos eram corrigidos com borracha, sujando ou, não raras vezes, furando as folhas.

 

Evoltecno: Quais foram as principais dificuldades e obstáculos, pelo senhor encontrados, no processo de elaboração das primeiras leis de informatização do judiciário?

Dr. Marcos da Costa: Creio que seja a falta de conhecimento não apenas dos legisladores, mas de toda a sociedade, sobre as conseqüências jurídicas do uso de computadores. Existem projetos de lei no Congresso Nacional tratando de temas afetos à tecnologia desde a década de 60, os primeiros, inclusive, visando a proteção dos equipamentos, caríssimos à época, mas até hoje não conseguimos aprovar sequer um que cuidasse do tema com a profundidade que ele merece.

 

Evoltecno: Recentemente, o senhor elaborou um “Manual de noções básicas do processo eletrônico”.  Conte-nos um pouco sobre esse trabalho.

Dr. Marcos da Costa: Desde o início dos anos 90 tenho estudado questões ligadas à substituição do papel pelo meio eletrônico, e já falava da possibilidade de uso do chamado documento eletrônico em processos judiciais, não apenas como elemento de prova, mas também para a prática, comunicação e armazenamento de atos processuais, e resumi esse conhecimento em um manual, para tentar auxiliar os colegas a ingressarem nesse novo mundo digital. Esse manual, aliás, está disponível a todos sem qualquer custo, no site da OABSP (www.oabsp.org.br).

 

Evoltecno: O Direito Eletrônico ou Direito da Informática é um novo ramo do Direito em formação, que se relaciona com praticamente todos os outros ramos do Direito. Temos questões relacionadas aos crimes eletrônicos; direitos autorais e propriedade intelectual na internet;  comércio eletrônico e suas implicações jurídicas; liberdade de expressão e privacidade na rede mundial de computadores; enfim, questões atuais para um Direito com alicerce em fontes milenares. O senhor é a favor da elaboração de leis específicas para regular essas questões jurídicas que envolvem o meio eletrônico, em especial a internet, ou nossa legislação atual é suficiente para ser aplicada aos casos concretos?

Dr. Marcos da Costa: Sou a favor de leis conceituais, que não engessem o progresso tecnológico mas que delimitem o uso de tecnologias para que não sirvam de instrumento de repressão social, seja por governos, seja por empresas. Exemplifico com a questão da formação de bases de dados, definindo-se quem, como e que tipos de dados podem ser coletados. E também creio necessários projetos de lei de caráter técnico jurídico, como os que tratem de questões relacionadas  à prova documental eletrônica, para que a sociedade tenha segurança jurídica nas suas contratações.

 

Evoltecno: Em face das atuais tentativas de regulamentação, qual a sua opinião sobre o Marco Civil da Internet e o Projeto de Lei que ficou conhecido como “Lei Azeredo”?

Dr. Marcos da Costa: Trata de questões relevantes, mas polêmicas, exatamente por conta do desconhecimento do verdadeiro impacto da tecnologia na vida dos cidadãos. Crimes eletrônicos, por exemplo, podem ficar impunes por ausência de instrumentos adequados para identificar criminosos. Os provedores de acesso não têm obrigação legal de guardar informações de logs de acesso ao menos durante um período adequado às investigações penais, e não saber quem ingressou em determinado dia e hora na internet através de um provedor, pode não ser possível identificar um criminoso virtual. Ao mesmo tempo, a guarda dessas informações também precisa gerar responsabilidades, como a de quem pode ter acesso a elas, se qualquer autoridade pública, ou se somente quem detenha autorização judicial. Daí porque defendo o projeto enquanto palco de discussões dessa natureza, embora nem sempre concorde com definições que ele pretende adotar.

 

Evoltecno: Quais  são os desafios que o senhor prevê para a advocacia nos anos que virão, no que tange à informática como ferramenta de trabalho e causa primária da eclosão de litígios?

Dr. Marcos da Costa: A pergunta é excelente, pois trata da questão sobre dois aspectos importantes na vida de um advogado, como um usuário de tecnologia, e como quem deverá dar as orientações e promover a defesa dos interesses de seus clientes quando afrontadas pelo uso do computador. A primeira parte da pergunta sem dúvida, é conseguir exercer a profissão nesse ambiente de implantação do processo eletrônico. Quando estava tramitando no Congresso Nacional o projeto que se transformou na Lei de Informatização do Processo Judicial (Lei 11.419), alertei, em exposição em audiência pública na Câmara dos Deputados, que permitir que cada Tribunal tivesse seu sistema seria como que criar um Código de Processo para cada Corte, o que, infelizmente, está se verificando hoje, com cada Tribunal definindo formato de arquivos, protocolos, padrões, etc, e o advogado tendo que conhecer cada um deles. Já do ponto de vista do atendimento ao cliente, é buscar conhecer bem as tecnologias, sem que isso represente, naturalmente, transformar-se em um tecnólogo, e tenho certeza de que a advocacia brasileira está preparada para enfrentar ambos os desafios.

 

Dr. Marcos da Costa, o Blog >Evolução Tecnológic@_ agradece sua entrevista e deseja sucesso!

Marcus Vinicius Garret Chiado

>Evolução Tecnológic@_ entrevista Marcus Vinicius Garrett Chiado, autor do livro “1983: O ANO DOS VIDEOGAMES NO BRASIL”

Marcus Vinicius Garret Chiado

O Blog >Evolução Tecnológic@_ entrevistou Marcus Vinicius Garrett Chiado, também conhecido por Garrettimus, autor do livro “1983: O ANO DOS VIDEOGAMES NO BRASIL“.

 

Evoltecno: Garrettimus, como surgiram os videogames?

Garrettimus: O consenso geral é de que o primeiro jogo de vídeo, “Tennis for Two”, foi apresentado em 1958 e criado pelo físico William Higinbotham. Era um rudimentar jogo de tênis apresentado na tela de um osciloscópio e foi criado para entreter as pessoas que visitavam os laboratórios do Brookhaven National Laboratory no dia anual de visita da instituição. Porém, já se pensava no conceito de jogo de vídeo desde 1947 no pós-guerra.

 

Evoltecno: Hoje em dia um console de videogame lançado no Japão, E.U.A. etc, entra em nosso comércio quase que instantaneamente, mas e na década de 80, quanto tempo demorava para um lançamento chegar ao nosso país?

Garrettimus: O Atari e seus similares demoraram aproximadamente 7 anos para aportar no Brasil de maneira oficial, isto é, produzidos aqui e comercializados em grandes magazines. Claro que, por meio de contrabando, de viagens turísticas internacionais e de venda localizada na Zona Franca de Manaus, o Atari chegava ao país desde fins dos anos setenta.

De fato, em plena Reserva de Mercado, tudo demorava a chegar ao país. Lembra-se de que estréias do cinema, por exemplo, levavam de seis meses a um ano (!!!!) para chegar aos nossos cinemas?

 

Evoltecno: Qual foi o primeiro console de videogame fabricado no Brasil?

Garrettimus: O primeiro lançamento de peso foi o Odyssey da Philips, que aportou em fins de abril e começo de maio de 1983 após ser apresentado na UD, a Feira de Utilidades Domésticas que sempre acontecia aqui em São Paulo. Porém, na mesma época, outro console seria lançado de maneira localizada, em São Paulo, e em pequena quantidade: o Dactari. Cópia do Atari americano, o Dactari foi produzido pela Sayfi Computadores, do engenheiro Ivo Albertoni, e distribuído com exclusividade, por 90 dias, na rede de lojas Computerland. Interessante que a Sayfi Computadores receberia uma injeção de investimento, alguns meses depois, e viraria a Milmar Indústria e Comércio Ltda., sendo que a nova empresa lançaria o Dactar (agora sem o “i”), o Dactar II e o raro Dactar Maleta 007.

Apenas para citar, outros jogos eletrônicos domésticos estavam presentes no país em fins dos anos setenta, como os telejogos, os mini-games e os relógios com jogos. De toda forma, o videogame na acepção plena da palavra, ou seja, que previa a troca de jogos por meio de cartuchos, só chegou mesmo em 1983.

 

Evoltecno: Conte-nos um pouco sobre as características de três consoles de videogame que disputavam mercado naquela época: Atari, Intellevision e Odissey.

Garrettimus: O Atari era como um sinônimo de videogame. O grande trunfo era a quantidade de cartuchos disponíveis para compra e locação; cerca de 300 títulos em 1984. Devido à enorme quantidade de fabricantes de cartuchos não oficiais, os “clones”, havia jogos de Atari em quantidade e nos mais variados preços. O Atari contava, também, com grandes produtoras, como a Activision e a Imagic, que lançavam jogos para o console quase sem parar.

O Odyssey, antes do lançamento do Atari, teve boa vendagem graças à campanha de marketing praticada pela Philips, baseada no uso do teclado alfanumérico do console, um detalhe que apenas o Odyssey trazia de fábrica, e também em jogos mais educacionais. Embora com gráficos mais simplórios em relação aos concorrentes, ele vendeu bem também devido a uma sacada de marketing fantástica da Philips, o lançamento do cartucho “Didi na Mina Encantada”, afinal, o jogo original (“Pick Axe Pete”) tinha o enredo semelhante ao do filme “Os Trapalhões na Serra Pelada”. Foi um caso notório de se usar a cabeça no momento certo.

O Intellivision era o mais caro dos três e o melhor em termos tecnológicos. Aliás, em entrevistas da época, os executivos da Digimed (subsidiária da Sharp responsável pelo lançamento e comercialização do console) diziam realmente que o Intellivision procuraria explorar um filão de mercado diferente, de consumidores mais exigentes e descontentes com os consoles da concorrência. Ele continha um controle totalmente diferente dos demais, jogos com qualidade gráfica e sonora melhor, e com ênfase em cartuchos esportivos. Os problemas do Intellivision eram o preço e a falta de jogos em comparação à concorrência – havia apenas 11 títulos disponíveis quando do lançamento do mesmo.

 

Evoltecno: Grande parte dos microcomputadores de 8 bits comercializados no Brasil na década de 80, eram reproduções não licenciadas de micros estrangeiros. E quanto aos consoles de videogame comercializados no país?

Garrettimus: Exato. Aconteceu a mesma coisa com os consoles, especialmente com o Atari. A Polyvox teve de enfrentar a dura concorrência de fabricantes tanto de consoles quanto de cartuchos, que em 1984 explodiram em quantidade. Entre 83 e 84, o Atari 2600 oficial tinha de “brigar”, lado a lado, com Dactari (e depois as variantes do Dactar), VJ 9000 e as variações (da Dismac), Dynavision (Dynacom), Supergame (CCE) e Onyx Jr. (Microdigital). O Odyssey e o Intellivision não viram essa concorrência, pois eram somente produzidos pelos fabricantes licenciados. A Splice, que produzia o único clone nacional do Colecovision, o Splicevision, estava sozinha nesse filão do mercado, mas teve vendas irrisórias, na casa de menos de 5% da preferência dos consumidores, por ser muito caro e ter distribuição limitada.

A política de Reserva de Mercado, vigente desde 1977 e que virou lei, de fato, em 1984, impedia o envio de royalties relacionados ao software, para o exterior. Era, querendo-se ou não, uma “pirataria legalizada” o que houve àquela época. Pirataria esta, aliás, que ajudou a alavancar o sucesso do videogame, enquanto nova forma de entretenimento, no Brasil.

 

Evoltecno: Qual foi a importância dos microcomputadores de 8 bits para o mundo dos games?

Garrettimus: A importância foi gigante. Os micros, como o Commodore 64, o Atari 800 e o Apple II, trouxeram jogos mais elaborados e muitos deles com um final verdadeiro, diferente do que se via em consoles como o Atari 2600. Como os micros tinham maior memória e maior capacidade de armazenamento (em diskettes de 5.25”), os programadores podiam explorar melhor as possibilidades, criando jogos bem mais complexos e mais bonitos visualmente.

Os jogos dos consoles do mesmo período raramente apresentavam final, mas tinham somente aumento na dificuldade; aumento este representado pela presença de maior número de inimigos na tela e/ou maior velocidade geral.

 

Evoltecno: Existe alguma explicação para que jogos de xadrez e estratégia, como o Chessmaster, tenham feito mais sucesso em versões para microcomputadores?

Garrettimus: Sim. Além de graficamente melhores e mais atraentes, os jogos de xadrez, damas e correlatos, nos computadores, eram bem mais rápidos no que diz respeito à resposta do adversário quando o mesmo era justamente o computador. No Atari 2600, por exemplo, o oponente (o console) podia levar quase 20 minutos (!!!!) para fazer uma jogada no cartucho “3D Tic Tac Toe”. A graça da coisa ia toda embora… As versões dos computadores eram rápidas e muito mais convincentes.

 

Evoltecno: No final da década de 70, início da década de 80 no Brasil, lembro dos games de mão com formatos exóticos, tenho até hoje alguns guardados da  marca Bambino, depois surgiram os game & watch, mas nenhum deles se igualava aos consoles de videogame que chegavam. Em sua opinião, qual foi o primeiro portátil que se igualou ao console de videogame?

Garrettimus: Apesar do sucesso do Game Boy, creio que o Atari Lynx tenha sido o primeiro a trazer gráficos bem coloridos e som caprichado, embora tenha constituído uma falha comercial enorme.

 

Evoltecno: Qual é o maior clássico da história dos games? Tem ideia de quantas unidades foram vendidas no mundo?

Garrettimus: Difícil dizer. Há jogos que marcaram época e que definiram novos padrões para os jogos que vieram a seguir. Posso destacar os arcades Asteroids, Defender, Space Invaders, Pac-Man e Donkey Kong.

Apesar de se tratar de uma versão não fiel ao arcade e muito simplificada, o Pac-Man do Atari 2600 vendeu 7 milhões de unidades. Impressionante.

 

Evoltecno: Gostaria que você tecesse seus comentários sobre um clássico dos games da década de 80: Karateka.

Garrettimus: Karateka foi realmente uma inovação. A animação fluida, a forma com que uma história era contada, o inimigo com “personalidade” e um final bem definido compuseram um clássico instantâneo. Era como se o jogo fosse também um filme e o jogador fizesse parte realmente do enredo. Fantástico.

Há versões para praticamente todos os computadores da época: Apple II, Atari 800, IBM PC, Atari ST e outros.

 

Evoltecno: Em sua opinião, as crianças que jogam videogame tendem a ter um raciocínio lógico mais rápido?

Garrettimus: Essa prefiro não responder.

 

Evoltecno: Hoje muito se discute sobre alguns jogos serem potencialmente prejudiciais às crianças, principalmente em virtude da violência. Você acha que isso se deve pelo fato dos games estarem cada vez mais realistas?

Garrettimus: Eu jogo videogame desde os meus 10 anos de idade. Nos últimos tempos, tenho jogado muitos jogos “violentos” como os das séries Call of Duty, Medal of Honor e até mesmo o Fallout. Nem por isso, matei meu vizinho ou brigo com colegas de trabalho.

Acho que, se existe uma condição do tipo pré-disposição para a violência, qualquer mídia, seja filme, desenho, música ou games, pode fazer com que o indivíduo tenha os “5 minutos” de fúria. Colocar a culpa no videogame – e não no indivíduo – é muito fácil e “prático”.

 

Evoltecno: Alguma fita chegou a ser censurada na década de 80 por ter sido considerada com conteúdo impróprio?

Garrettimus: Sim, a empresa Mystique lançou uma série de três cartuchos para Atari com conteúdo erótico: Custer´s Revenge, Bachelor Party e Beat ‘Em & Eat ‘Em. Eram jogos bobinhos e com gráficos muito ruinzinhos, mas tinham realmente conteúdo impróprio para menores.

Outra empresa, a Universal Gamex, lançou o famoso X-Man, conhecidíssimo da molecada à época. Todos queriam jogar e ver, mas os pais e as mães não deixavam.

Se bem me lembro de ter lido por aí, uma associação de mulheres americanas, acho que as “Mães da América” ou algo assim, tentou proibir as vendas dos cartuchos, mas não me lembro se realmente foram proibidas.

 

Evoltecno: Recentemente, você lançou o livro “1983: O ANO DOS VIDEOGAMES NO BRASIL”. O que os leitores podem esperar de sua obra? Onde encontrá-la para compra?

Garrettimus: Eu procurei resgatar a história brasileira do início dos games no país, focando em informações de bastidores, em curiosidades mercadológicas e em entrevistas com os envolvidos no processo. Meu livro não é um catálogo dos melhores jogos ou de todos os títulos lançados nem contém dicas para colecionadores. Não, o foco é outro.

Procurei mostrar, sem preferências, em quais termos os primeiros videogames foram lançados, como as empresas nacionais se envolveram e desenvolveram suas idéias e estratégias, de que modo foi a aceitação por parte dos consumidores e outros detalhes. Tentei também – e sempre que possível – calcar as informações em dados reais retirados de publicações da época, tais como o Jornal Folha de S. Paulo, a revista Veja, e revistas especializadas em games do período, como a Micro & Video, a Vídeo News, a Vídeo Magia e a SomTrês.

A obra, que engloba brevemente telejogos/minigames/relógios, explora com profundidade os sistemas Atari e clones, Odyssey, Intellivision e Colecovision no contexto brasileiro.  Tem 108 páginas e muitas ilustrações. É material para quem gosta mesmo daquele período histórico e também para quem tenha curiosidade acerca de como os videogames apareceram no país.

1983: O ano dos videogames no Brasil

Ele foi lançado, com o apoio da ACIGAMES do amigo Moacyr Alves Jr., no dia 5 de agosto na loja UZ Games do Shopping Ibirapuera em São Paulo. Foi muito bacana.

Como se trata de uma produção independente, eu faço a venda diretamente por meio do e-mail euquero1983@gmail.com. O livro custa R$ 45,00 já com envio incluso para qualquer parte do país.

 

Evoltecno: Você ainda joga videogame? Qual é o seu preferido?

Garrettimus: Sim, eu jogo. Gosto muito dos jogos da série Fallout (o Fallout 3 e o New Vegas) dos consoles modernos, pois trazem um realismo, uma interação para com tudo à sua volta e um enredo muito bacanas. Ouso dizer que Fallout 3 seja o melhor jogo de videogame de todos os tempos. Ao contrário de alguns colecionadores de games clássicos, eu também gosto dos consoles modernos e sei apreciar o que de bom eles proporcionam.

Atualmente, em termos de clássicos, tenho um Atari 2600, um micro Atari 65 XE, e um ZX Spectrum +2. Eu colecionei de 1995 a 2010 e cheguei a ter muita, muita coisa, mas parei de colecionar, pois gasta-se muito dinheiro, tempo e energia com o hobby. Preferi dedicar-me à pesquisa dos bastidores dos videogames.

Garrettimus, o Blog >Evolução Tecnológic@_ agradece sua entrevista e deseja sucesso!

marcos_nagamuta

Entrevista exclusiva com Marcos Nagamuta

Marcos Nagamuta

Marcos Nagamuta é especialista em TI, professor, desenvolvedor WEB, sócio da extinta provedora de internet LBM, atualmente gerencia os sites na internet: Cybercook, Cyberdiet e Vilamulher, pertencentes ao grupo E-Midia.

É um prazer para mim (autor do Blog) entrevistar o Marcos, já que o conheço há mais de 10 (dez) anos. Salvo engano, nosso primeiro contato foi numa escola de computação em que ele ministrava aulas de Windows NT Server e TCP/IP, ASP com Banco de Dados e outras tecnologias. Chegamos a trabalhar juntos em alguns projetos WEB.

 

O entrevistado vivenciou o início da internet no Brasil e neste ano passou a integrar a Comissão de Informática Jurídica e Direito Eletrônico da Ordem dos Advogados de Santos, na qualidade de membro consultor.

 

Evoltecno: Marcos, em que época e como foi o seu primeiro contato com os computadores? E com a internet? 

Marcos: Isto é fácil porque meu primeiro computador lembra o ano, foi o TK85 tinha 16 anos e o primeiro contato com a internet se não me engano foi em 93, foi o fim da BBS que era um sistema que permitia fazer download de alguns programas e trocar mensagens com quem fazia parte daquele BBS, meu primeiro acesso foi com a grande BBS Mandic (uma das maiores na época, tornando-se um dos maiores provedores), que para se conectar a Internet você precisava se conectar a BBS primeiro.

 

Evoltecno: Conte-nos um pouco sobre a experiência de ter sido sócio de um provedor de acesso à internet. 

Marcos: Naquela época era um desafio muito grande, primeiro com a instalação de software e hardware que eram necessários para um provedor com linha discada funcionar e segundo era vender o serviço de acesso a internet já que poucos sabiam o que era e para que ela servia. Posso dizer que fiz parte do grupo que ensinou e apresentou a internet para o Brasil.

 

Evoltecno: Como foi o processo de migração das conexões discadas para a tecnologia ADSL (banda larga)?

Marcos: Assim como hoje, naquela época as mudanças ocorriam muito rápidas e o aumento de velocidade possibilitou vários serviços que não passavam de uma boa experiência para serviços úteis como videoconferência, voip, ver um vídeo etc. Nesse período já não estava com o provedor, as grandes empresas dominaram o mercado.

 

Evoltecno: Tem alguma lembrança de ter sido intimado pela justiça para fornecer dados da navegação de um usuário ou para remoção de conteúdo de algum site hospedado?

Marcos: Pela justiça não, nem como provedor nem como portal de conteúdo que atuo hoje, no começo as empresas faziam a home page da empresa como um cartão de visitas  apenas com informações da própria empresa, sites com conteúdo estavam no começo e como portal de conteúdo sempre tomando o cuidado e respeitando as leis de direitos autorais vigentes.

 

Evoltecno: Como você enxerga hoje a privacidade na internet? É possível o usuário navegar anonimamente, sem deixar rastros? E quanto as redes sociais?

Marcos: – Privacidade é uma constante preocupação para quem usa a Internet ou deveria ser, quanto mais informação você disponibiliza mais exposto você fica. Utilizamos vários serviços, um descuido do site ou do usuário e informações importantes que você julga pessoal se torna comunitário.
- Diria que em parte é possível sim, graças ao provedor de acesso mal preparado (sem log de acesso e sem necessidade de identificação), roteadores wireless mal configurados (permitindo acesso de desconhecidos em sua conexão), digo em parte porque se este usuário começar a utilizar serviços preparados e bem configurados seus passos começam a ser rastreados.
- As redes sociais são os serviços mais acessados atualmente e nela ocorrem desde vazamentos de informações até crimes dos mais diversos, por isso a preocupação com a privacidade e rastreamento de informações é constante.

 

Evoltecno: Qual é a sua opinião sobre as iniciativas atuais de regulação da internet?

Marcos: O regulamento exagerado acaba afastando as pessoas ou tornado-as infratores, a “liberdade” em excesso cria a impunidade. A internet cresceu e cresce graças a “liberdade” que oferece, a própria comunidade na internet acaba criando seus regulamentos, a pessoa que não se encaixa na comunidade ou é banida ou aprende a respeitar seus limites. Para mim a regulamentação deve proteger as pessoas de bem e combater a impunidade sem perder a “liberdade”, isto é possível?

 

Evoltecno: Windows ou Linux?

Marcos: Depende da situação em que serão utilizados, isto envolve custo, confiança, usabilidade e desempenho, não levanto bandeira para nenhum deles, os dois foram e são úteis no meu dia a dia.

 

Evoltecno: Atualmente, qual é o ambiente de programação que você utiliza nos projetos em que trabalha? Ainda há espaço para sites totalmente desenvolvidos em Flash?

Marcos: – Basicamente Asp e Php como linguagem de programação e MSSQL e MySQL de banco de dados.
- Para o site todo não, porque com a busca do google hoje temos a preocupação de “indexar” cada vez mais páginas do nosso site e o Flash dificulta essa “indexação”, para desenvolvimento de aplicativos pontuais e confecção de banners ainda é uma ferramenta poderosa, o HTML5 vem ganhando força e começa a ameaçar o segmento do Flash.

 

Evoltecno: Na sua opinião, a computação em nuvem (cloud computing) é um conceito que veio para ficar?

Marcos: Com a internet o cloud computing é um caminho natural, a mobilidade e a padronização são conceitos fortes no cloud computing, quem quer acessar suas informações de qualquer lugar e de qualquer aparelho, basta ter acesso a internet e um browser (navegador) sem se preocupar com sistema operacional, instalar ou configurar programas… Maravilha!!!

 

Evoltecno: A internet está ameaçada pelo esgotamento dos IPs? O IPv6 é realmente viável na conjuntura atual?

Marcos: Sim, o sistema atual IPv4 já está chegando no seu limite, e para o funcionamento de uma rede você precisa de uma identificação única para cada computador, o IPv6 tem uma combinação quase infinita de endereços únicos.

 

Evoltecno: Da época do seu primeiro contato com os computadores até os dias atuais, o que foi mais marcante para você na evolução tecnológica?

Marcos: A Internet sem dúvida, não só como evolução tecnológica, mas como uma mudança no comportamento humano.

 

Marcos, o Blog >Evolução Tecnológic@_ agradece sua entrevista e deseja sucesso!