Da esquerda para direita, disquete de 8, 5 1/4 e 3 1/2 polegadas

Mídias e dispositivos de armazenamento removível

Saudações a todos, este é o primeiro post do Blog Evolução Tecnológica.Há muitos assuntos que mereceriam uma abordagem inicial, mas o que me vem à mente neste momento inaugural é a evolução das mídias e dispositivos de armazenamento removível.

Nos primórdios da computação pessoal, reinava absoluto os disquetes de 5 ¼ polegadas, mas paralelamente eram utilizadas fitas cassetes para armazenar os dados. Sim, as mesmas utilizadas para gravação de áudio, que atualmente são peças de museu, assim como os disquetes. E antes mesmo dos disquetes de 5 ¼ polegadas, existia o de 8 polegadas, de dimensão maior, mas nem por isso com maior capacidade de armazenamento.

Os disquetes de 5 ¼  que eu utilizava em meus Apples II, por exemplo, tinham capacidade de 180 Kb por face. Sim, o disquete podia ser gravado em suas duas faces (double-sided), para tanto, era necessário “picotar” o outro lado da mídia para  permitir a gravação. Existia até mesmo uma ferramenta para isso, chamada de “picotex”. Então, podemos dizer que esses disquetes tinham capacidade total de 360 Kb, um luxo para a época! Calma, vou explicar porque era um luxo …

Para a maioria dos mortais brasileiros do início da década de 80, um drive de disquete era um “gadget” de alto custo.  Para início de conversa, ainda não se comercializavam os discos rígidos (hard disk, winchester), apesar da tecnologia já ter sido inventada. Portanto, os softwares rodavam diretamente do disquete. Quando se utilizava um programa mais parrudo, era necessário mais de um disquete para rodá-lo. Neste caso, podia ser utilizado mais de um drive para essa tarefa (A e B) ou simplesmente remover o disquete e inserir o outro cada vez que o software requisitava.

Mas volto a lembrar, os drives de disquete eram para poucos! Estávamos em plena reserva de mercado! Abordarei este assunto (reserva) num próximo post. Então, como se fazia? Veja bem, estou abordando a computação pessoal. Havia duas opções.  A primeira era digitar o programa na tela e rodá-lo, quando o computador fosse desligado, perdia-se tudo! Acredite, estou dizendo que muitas pessoas ligavam o seu micro e digitavam 100 linhas de um programa em BASIC ou outra linguagem, rodavam aquela belezinha na tela e quando desligavam o computador perdiam tudo! É triste para a geração atual, mas uma diversão para aquela geração … a outra opção era gravar numa fita cassete. Essa operação requeria certa dose de paciência, tanto para a gravação como para o carregamento do programa, particularmente nunca gostei de utilizar fitas cassete.    

 

 

Existia outro pequeno problema, a RAM do computador era limitada. Os Apples II, em média, tinham 64 Kb RAM. Alguns micros da Prológica e da Microdigital, compatíveis com o TRS-80, só tinham 16 KB e por ai vai, isso que dizer que o tamanho do programa era limitado à memória do micro. Mas não vamos entrar nesse assunto, continuemos nas mídias e dispositivos de armazenamento removível.

Depois do disquete de 5 ¼ polegadas, surge o disquete de 3 ½ polegada. Bingo!? Agora tínhamos o dobro de capacidade de armazenamento, incríveis 720 Kb! Estes novos disquetes eram menores, com invólucro mais resistente, e seu drive de leitura e gravação era menor. Outro ponto interessante é que vinha com um botão seletor que protegia contra gravação. Nos disquetes de 5  ¼”  e 8 polegadas, era necessário colar um adesivo no picote (buraco localizado na parte esquerda e direta superior) para proteger contra a gravação. Sem sombra de dúvidas, os disquetes de 3 ½ polegadas eram mais resistentes, pois estavam mais protegidos contra o mofo, o magnetismo e outras avarias decorrentes do uso.

Protegia-se o disquete contra gravação não somente para prevenir a perda de dados por subscrição ou formatação acidental, mas também para proteção contra vírus. Quanto a este, um clássico que marcou uma época: sexta-feira 13!

O disquete de 3 ½”  foi uma mídia massificada no início da década de 90, pelos Macintosh e PC IBM XT/AT e compatíveis, apesar de durante um tempo ser mantida a utilização dos discos de 5 ¼”. Ainda hoje lembro com certo amargor, a destruição de cerca de 400 disquetes de 5 ¼ que possuía, como tantas outras coisas que me desfiz, maravilhado com a nova tecnologia que surgia! Hoje vejo que estava destruindo a história que poderia ter mantido viva, mas atualmente recupero pouco a pouco.

Cito algumas marcas de disquetes de 5 ¼ e 3 ½“: Nashuatec, Verbatim, Maxell, Sony etc. Com o tempo e a evolução tecnológica,  surgiram os disquetes de alta densidade, que permitiam maior capacidade de armazenamento.

Os winchesters já eram realidade no Brasil entre o início e meados da década de 90, mas é claro que as capacidades daquela época nem chegavam perto das atuais. Já existiam as mídias de CD-ROM, com uma singela diferença, a mídia não era gravável ou regravavável, somente era possível fazer a leitura dos dados gravados. Lembro-me de utilizar o zip drive como mídia removível alternativa, salvo engano em 1997.

  

 O zip é um disquete com maior capacidade de armazenamento, os mais populares eram de 100 MB. O drive possui velocidade superior de leitura e gravação, se comparado aos drives convencionais de disquete.  Ligava-se a unidade de disco na porta paralela do computador. A fabricante mais popular era a Iomega, aliás, não me lembro de outra. Quebrava um galho para mim, pois naquela época em que trabalhava como webdesigner (o Google nem existia ainda), muitas vezes desenvolvia as páginas de internet diretamente no zip. Mas apesar de a mídia ser blindada etc, dava muito problema na unidade de leitura e gravação. Com a popularização do CD-RW, os zips perderam força, até porque a mídia era bem mais cara. Já estou falando do fim do século XX, início do século XXI. As mídias CD-RW e CD-R têm 700 MB de capacidade de armazenamento, a não ser os DVD-R e DVD-RW, que surgiram depois, com capacidade para armazenar quase 5 GB de informações.    

 

 

Eis que surge o pen drive. Para mim, um choque de tecnologia tão grande, que cheguei a criar no ano de 2004 um site na internet específico sobre o novo dispositivo USB, denominado Pen Drive Net. La vai eu fazer limpeza nos meus disquetes, jogar coisa fora etc. O site é um sucesso até hoje, tendo sido visitado por mais de 3.000.000 (três milhões) de pessoas. Não atualizo mais por falta de tempo, mas o sítio continua tendo uma média de 70.000 visitas mensais, se somar com sua outra porta de entrada e repositório de arquivos, www.flashdrive.com.br, cerca de 130.000 visitas mensais e mais de 6.000.000 (seis milhões) de visitas! Um bom número, não?    

 

     

Uma curiosidade é que o meu site ajudou a popularizar o termo “pen drive” no Brasil, que na realidade é a marca de uma memória flash USB norte-americana. Lá fora é mais conhecido como memory key, USB flash memory, USB flash drive etc.

Pois bem, os primeiros pen drives tinham capacidade de 8-16 MB, mas a capacidade que iniciou com força no mercado foi a de 128 MB. Comprei meu primeiro pen drive no ano de 2003 ou 2004, não tenho certeza, mas lembro que tinha 128 MB de capacidade. Hoje tenho mais de 60 (sessenta) pen drives dos mais variados formatos e capacidades de armazenamento, até mesmo com formato de sushi.

Atualmente, os pen drives de 128 MB não são mais fabricados, os mais populares têm capacidade de 4 GB, mas já existem memórias USB de 256 GB.  As velocidades de leitura e escrita variam, mas são infinitamente superiores a dos disquetes. Mas deixarei para falar mais sobre os pen drives num próximo post …    

Finalmente, não poderia deixar de citar o HD removível, que atualmente é a unidade mais utilizada ao lado do pen drive.  Possui capacidade variada que pode ultrapassar 1 TB.

Acabei me estendo neste primeiro post, mas espero que tenham gostado!

Rodrigo Marcos Antonio Rodrigues